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A Necessidade do Arrependimento
A Necessidade do Arrependimento
Leitura: Lc 13.1-5
Introdução
Arrependimento é uma sincera e completa mudança de mente e disposição com relação ao pecado que leva alguém a abandoná-lo e seguir em obediência a Cristo. No grego do NT as palavras que expressam esta idéia são: o verbo “metanoeo” e o substantivo “metanoia”).
Há também um arrependimento que surge inteiramente através do temor das conseqüências do pecado. No grego a palavra é “metamelomai”, usada em Mt 21.29 (no caso do filho que primeiro recusou obedecer a seu pai, mandando-o trabalhar na vinha, mas depois... arrependeu-se e foi”); Mt 21.32; 27.3 (no caso de Judas); Rm 11.29; 2 Co 7.8,10 e Hb 7.21.
O arrependimento genuíno é acompanhado de tristeza segundo Deus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus.
A importância do Arrependimento
Apesar de pouco pregado nos nossos dias, o arrependimento é crucial para os que querem ser salvos e receber o perdão de Deus (Lc 13.2-5). Não pode haver salvação sem renúncia ao pecado.
Jesus pregou o arrependimento (Mt 4.17; 9.13; Lc 13.3,5; 24.46), também João Batista (Mt 3.2; Mc 1.15), Paulo (At 17.30; 20.21) e Pedro (At 2.31; 3.19; 2Pe 3.9).
Os céus se alegram quando há arrependimento entre os homens (Lc 15.7,10).
Os Elementos Constituintes do Arrependimento
1) O elemento intelectual – subentende uma mudança de idéia.
O pecado é reconhecido como ofensa, culpa. O homem deve ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião contra Deus. Deve ver a oposição que vai de sua condição com a santidade de Deus. Deve ver que Deus detesta sua condição e seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no arrependimento para a salvação tem a ver, primariamente, não com o fato que o pecado traz castigo senão com o fato que o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das conseqüências eternas do pecado; o que não é, porém, a coisa primária.
A Bíblia fala disto como “conhecimento do pecado” (Rm 3.20; 1.32; Sl 51.3,7; Jó 42.56; Lc 15.17,18).
2) O elemento emocional – subentende uma mudança de pensamento.
O pecado é lamentado e aborrecido. A tristeza divina entra no arrependimento. Paulo chama de “tristeza segundo Deus” (2Co 7.10). Tristeza pelo pecado e desejo de perdão são aspectos do arrependimento (Sl 51.1,2; 2Co 7.9,10). O arrependimento não é apenas remorso, emoção, mas compreende também uma mudança de sentimentos em relação a Deus e ao pecado.
3) O elemento volitivo – subentende uma mudança de vontade e disposição.
Não é completo o arrependimento enquanto não houver uma deserção íntima do pecado que conduz a uma mudança externa da conduta (Mt 3.8,11; At 5.31; 20.21; Rm 2.4; 2Co 7.9,10; 2Pe 3.9). O homem arrependido não tem mais vontade de pecar e está disposto a abandonar a prática de atos que desagradam a Deus.
O Arrependimento é Interno. Ao passo que o arrependimento sempre se manifesta exteriormente, contudo de si mesmo é interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre arrependimento e “frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8; At 26.20).
O Arrependimento não é Penitência
A tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui “arrependimento” por “penitência” como uma tradução de “metanoeo”. Assim lemos pela Versão de Douay: “Fazei penitência, porque o reino do céu está próximo.” (Mt 3.2); “A menos que façais penitência, todos igualmente perecereis.” (Lc 13.5). “Testificando tanto a judeus como gentios penitência para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” (At 20.21). E da penitência diz a Versão de Douay no comentário a Mt 3.2: “Cuja palavra, segundo o uso das Escrituras e dos santos padres, não só significa arrependimento e correção de vida senão também punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes.” Três coisas podem ser ditas a respeito deste comentário:
a) É absolutamente falso dizer que a “punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios de penitências semelhantes” é uma parte do sentido da palavra grega. A palavra grega significa uma mudança interna. “O verdadeiro arrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos externos auto-impostos. Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não como arrependimento senão frutos dignos de arrependimento” (Boyce, Abstract of Systematic Theology, pág. 384).
b) Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com a Escritura (Rm 4.7,8; 10.4; Hb 10.14; 1 Jo 1.7). Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós punição a aturar, exceto as conseqüências naturais do pecado. Deus castiga o crente quando ele peca, mas Ele nunca o pune tanto nesta vida como na vindoura. Cristo não nos deixou nada a pagar.
c) Implica que os atos temporais da criatura podem expiar o pecado. A Bíblia ensina que só Cristo pode fazer uma expiação verdadeira pelo pecado (Ef 2.8,9). Mesmo na eternidade as almas no inferno nunca poderão expiar o pecado e por essa razão não há fim para a sua punição.
O Lado Humano e o Divino
Deus dá o arrependimento ao homem (At 5.31; 11.18; 2 Tm 2.24,25) no sentido de torná-lo possível, mas Ele não se arrepende em nosso lugar. O homem é chamado ao arrependimento, mas não pode fazê-lo sozinho, à parta da graça de Deus. O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem pelo poder vivificador do Espírito Santo.
Por outro lado, o arrependimento é um ato do próprio pecador em resposta aos apelos do Espírito Santo. Alguns meios disponíveis ao homem o levam ao arrependimento:
• A Palavra de Deus (Lc 16.30,31);
• A pregação do evangelho (Mt 12.41; Lc 24.47; At 2.37,38; 2Tm 2.25);
• A bondade de Deus para com suas criaturas (Rm 2.4; 2Pe 3.9);
• A correção de Deus (Ap 3.19; Hb 12.10,11);
• As admoestações de Deus (Ap 2.5,16);
• Os juízos de Deus (Ap 9.20,21; 16.9).
Arrependimento não é uma satisfação dada a Deus, mas uma condição do coração necessária para que possamos crer para a salvação. Não se pode voltar contra o pecado se não voltar-se para Deus.
Arrependimento e Fé
O arrependimento e a fé estão sempre unidos como condições para a salvação (Mc 1.15). Ambos procedem da graça de Deus. O arrependimento representa a convicção do pecado e da necessidade de salvação, enquanto a fé aceita o sacrifício de Jesus como suficiente para esta salvação.
Quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo antes dele arrepender-se, nem pode haver qualquer depois que ele crê. De outra maneira teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver ordem cronológica em arrependimento e fé.
Outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o fato que a Escritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de salvação. Por causa deste fato devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como compreendendo o outro.
Conclusão
Não se pode pregar o evangelho sem pregar arrependimento. A fé em Jesus não é caracterizada apenas por uma condição melhor diante do Deus que abençoa, mas também por uma mudança de vida diante de um Deus que aborrece o pecado.
Deus deseja que todos se arrependam de seus pecados, pois Ele quer ter comunhão conosco e nos levar para morar no céu. É necessário que o homem abandone seu estilo de vida pecaminoso e se volte para Deus em arrependimento e fé, confessando a Cristo como seu Salvador e Senhor. Só assim será salvo.
Leitura sugerida:
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: IBR, 2006.
WILEY, H. Orton; CULBERTSON, Paul T. Introdução à Teologia Cristã. São Paulo: CNP, 1990.
Carlos Kleber Maia
O Pecado
O Pecado
Leitura: 1 Jo 3.1-16
Definição de Pecado
A palavra pecado, do vocábulo grego hamartia, significa errar o alvo (Tg 4.17; Rm 3.23). O pecado não é uma deformação psicológica, mas sim um ato voluntário de rebeldia e desobediência do homem contra o seu Criador. Grudem define o pecado por “deixar de se conformar à lei moral de Deus, seja em ato, seja em atitude, seja em natureza. O pecado não é eterno, como prega o dualismo, mas originou-se na deturpação do bem, que tem origem em Deus.
Podemos ainda definir o pecado como:
Uma inclinação interior – não é simplesmente atos errados, mas pecaminosidade. Pecamos porque somos pecadores (Sl 51.5; Ef 2.3; Mt 7.17,18)
Desobediência e rebelião – o homem rebelou-se contra a autoridade de Deus ao rejeitar Sua prerrogativa de certo e errado (Tg 1.13-15; Hb 2.2)
Transgressão – o homem transgrediu a lei de Deus ao rejeitar Seu mandamento (Tg 1.15; 1 Jo 3.4).
A desobediência, na maioria das vezes, está latente, escondida no coração. A transgressão sempre está patente e exposta. Isto significa que toda a ação contra Deus, seja escondida ou revelada, é pecado.
Origem do Pecado
1. DEUS NÃO É O SEU AUTOR. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura (Jó 34.10). Ele é o santo Deus (Is 6.3), e absolutamente não há falta de retidão nele (Dt 32.4; Sl 92.16). Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém (Tg 1.13). Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, (Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15) e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem.
2. O PECADO ORIGINOU-SE NO MUNDO ANGÉLICO.
Os anjos eram todos bons, quando foram criados (Gn 1.31), antes da criação do mundo e dos seres viventes. Lúcifer, um querubim (Is 14.12-15 e Ez 28.13-17), invejando a posição de Deus e da formosura das coisas celestiais, intentou no seu coração usurpar a posição divina, promovendo uma rebelião nos céus. Em conseqüência, foi expulso do céu, juntamente com todos os seres angelicais que participaram da revolta (Ap 12.4). A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em Jo 8.44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde o princípio (entenda-se: princípio da história do homem). Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Provavelmente o orgulho (1 Tm 3.6), e desejar ser como Deus em poder e autoridade (Jd 6). Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e poder que lhes fora confiado. Se o desejo de ser semelhantes a Deus foi a tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular.
3. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA. O pecado teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. Adão se rendeu à tentação do inimigo e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Assim, Adão passou a ser escravo do pecado (Rm 6.16; 2 Pe 2.19). Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que, dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes, pois como resultado da queda, o pai da raça transmite uma natureza depravada aos seus descendentes. Sendo Adão o representante da raça humana, a culpa do seu pecado é posta na conta de todos, pelo que todos são passíveis de punição e morte (Rm 5.12). Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo (Rm 5.18, 19).
O pecado não originou-se na limitação do homem, pois ele era limitado fisicamente, mas moralmente habilitado a não pecar. Não originou-se na sensualidade (sentidos), pois o homem foi criado perfeitamente bom (Ec 7.29). O pecado do homem foi um ato livre de sua vontade (1 Co 15.21,22; 1 Tm 2.13,14).
Universalidade do Pecado
O pecado passou de Adão a todos aqueles que nasceram após ele (1 Rs 8.46; Sl 143.2; Ec 7.20; Rm 3.10,12,23; 1 Jo 1.8), com a única exceção de Jesus (1 Jo 3.5; Hb 4.15), que foi gerado pelo Espírito de Deus (Mt 1.20). A este pecado universal, foi dada uma condenação universal (Rm 6.23), mas a esta condenação um perdão universal (Rm 5.18-19). A universalidade do pecado é manifestada em formas distintas:
• Pecado Original: Pecado que nasceu no coração de Adão, implantado pela tentação de Satanás (Hb 11.13; 1 Pe 4.6). Como conseqüência deste pecado: a) a mulher passou a experimentar sofrimento na maternidade (Gn 3.16) e sujeição ao marido; b) o solo foi amaldiçoado, passando a produzir coisas más (v17); c) o homem passou a ter um trabalho exaustivo (v19); d) a humanidade passou a um estado de morte espiritual (v19, Rm 5.12); e) os homens começaram a sentir medo, vergonha e separação de Deus (v8-11;22-24).
• Pecado Congênito: Pecado que passou a todos aqueles que nasceram depois de Adão. Todo o ser humano nasce com seu espírito morto, debaixo da condenação do pecado (Sl 51.5; 139.15-16; Hb 6.4-6; Rm 11.32). Quando o homem aceita a Cristo como Salvador, Deus perdoa o seu pecado, erradicando-o completamente através da propiciação efetuada pelo sangue de Cristo, e o homem se torna uma nova criatura (Jo 3.3). Este ato divino na vida do homem é chamado de regeneração (Tt 3.5).
• Pecado Venial: Depois de perdoado pelo sangue do sacrifício de Cristo e regenerado, o homem se tornar a pecar, pela sua própria concupiscência ou por uma tentação, pode ter o seu pecado perdoado. Jesus nos assegura o perdão, por meio de sua intercessão ao Pai, quando lhe pedimos perdão (1 Jo 1.9; 2.1; Ez 18.4).
Pecamos por omissão (Tg 4.17), por incredulidade (Rm 14.23), inconscientemente (Sl 19.12; 90.8),
Decair da graça
Existem três fatores principais que levam o homem a perder a salvação:
• Apostasia - Separação de Cristo (1Jo 5.16). Geralmente a pessoa começa a pregar contra uma ou mais doutrina cardinal (Hb 12.15).
• Rebelião - Se levanta contra a obra ou contra a Igreja Universal (Jd 12; Gn 4.9). O exemplo é Caim. Deus não aceitou o seu sacrifício, pelo conteúdo do sacrifício, mas por causa da rebelião do seu coração.
• Pecado contra o Espírito Santo - Rejeição completa à voz, à ação e à advertência do Espírito Santo (Mc 3.29; Hb 10.8). Este é chamado o pecado para a morte, a qual o Apóstolo João dizia: A este digo que não ore (1Jo 5.16; Hb 10:29; Mc 3:29).
Portanto, tenhamos pavor destes três tipos de pecados:
• O pecado da Apostasia — afastados de Cristo: 1 Jo 5.16; Hb 3.12; 10.26.
• O pecado da Rebelião — contra o povo de Deus: Gn 4.9; Jd 12.
• O pecado da Blasfêmia — contra o Espírito Santo: Mc 3.29; Hb 10.29.
Devemos deixar de lado todo pecado (Hb 12.1) e viver neste mundo em santidade (Tt 2.12) e comunhão com Cristo (1 Ts 5.10). Devemos fugir de todo pecado (1 Co 6.18; 10.14), como fez José (Gn 39.7-12).
Cristo pagou pelos nossos pecados e pode nos purificar de todos eles (1 Jo 1.7), se nos arrependermos e os confessarmos a Ele (v9).
Obras consultadas:
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Tradução Odayr Olivetti. Campinas: Luz Para o Caminho, 2000
EVANS, William; CODER, S. Maxwell. Exposição das Grandes Doutrinas da Bíblia. São Paulo: EBD, 2002.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: EBR, 2006.
https://www.sepoangol.org/imperdoavel.htm, acessado em 17/06/09.
Carlos Kleber Maia
Deus e o Universo
A Relação de Deus Com o Universo
Texto: Sl 8.1-9
Introdução
Há muitas concepções diferentes que tratam da relação de Deus com este nosso universo. A ciência apresenta suas fontes, a filosofia suas considerações, mas a Bíblia é a verdadeira fonte segura de informações sobre este assunto, pois se constitui na revelação do próprio Deus, o criador. Ninguém conhece melhor esta relação do que o próprio Deus. Algumas idéias a considerar:
1. Deus Está Separado do Universo.
Embora Deus esteja presente e ativo em todo o universo, em seu Ser Ele é separado de Sua criação. Deus é infinito; todas as coisas criadas são finitas. Deus é eterno, tendo existido desde a eternidade, é imutável e onipresente. Isto não é verdade quanto a qualquer outra coisa.
O panteísmo defende que Deus e o universo físico são uma só coisa, estando Deus em tudo, tudo fazendo parte de Deus. No entanto, as Escrituras apresentam Deus como destacado e superior à matéria criada (Is 55.8,9).
O Panenteísmo significa Deus-em-tudo e afirma que Deus está no mundo assim como uma alma está no corpo. Afirma que Deus depende do mundo tanto quanto o mundo depende dele, ou seja, Deus e o mundo são interdependentes.
O panteísmo afirma que Deus é o mundo e o panenteísmo que Ele está no mundo. O teísmo acredita que Deus está além do mundo (e dentro dele). Este sistema de crenças alega que o mundo depende de Deus, mas que Deus é independente do mundo.
2. Deus Criou o Universo.
A Escritura afirma que Deus criou o universo e, portanto, nega a eternidade da matéria, nega que o universo foi criado por um mau Espírito, nega a geração espontânea e nega a teoria das emanações, teoria que com o panteísmo sustenta que Deus é da mesma substância com o universo e que o universo é resultado de sucessivas emanações do Seu ser. Deus criou o universo (Gn 1.1; Ne 9.6).
Deus criou tudo por Sua Palavra. Chamou o universo à existência (Sl 33.6-9). Deus criou o universo do nada, não de materiais previamente existentes (Hb 11.3).
A ciência pensa em duas teorias. Ou o universo sempre existiu, não teve origem no tempo e, portanto, tem uma idade infinita, ou o universo teve um começo em determinado momento e, portanto, há um acontecimento primordial que deve ser investigado. Hoje a maioria dos cosmólogos sustenta a idéia de que entre 12 e 15 bilhões de anos atrás o universo surgiu de uma tremenda explosão, que foi batizada de big-bang. Há inúmeras provas que atestam esta teoria. A segunda lei da termodinâmica estabelece que dia após dia o universo se torna mais desorganizado, caminhando irreversivelmente para o caos. Os cientistas concluíram que o universo caminha para um equilíbrio termodinâmico, quando as temperaturas se nivelam e o universo entra num estado de “morte térmica” ou desordem molecular máxima. “O fato do universo ainda não ter morrido (...) implica que ele não pode ter existido por toda a eternidade”.
Quando Deus chamou à existência os materiais do universo, Ele os amoldou segundo Sua vontade. Ele principiou sem nada. Só Ele é eterno. Todas as demais coisas saltaram de Sua mão criadora (Jr 10.11,12; Cl 1.16; Ap 4.11).
3. Deus Conserva o Universo continuamente.
O mesmo Deus que criou o universo o mantém continuamente (Ne 9.6; Sl 36.6; At 17.28; Cl 1.17; Hb 1.3). O descanso de Deus no sétimo dia da semana da criação não foi à cessão total da atividade, mas somente de Sua obra criadora direta. Deus trabalhou na criação do universo e continua trabalhando até agora (Sl 104.30; Jo 5.17).
O Deísmo entende que Deus criou o mundo, mas desde então, não age mais nele, não interfere na vida do universo. O Criador teria estabelecido leis fixas para todas as coisas, e então, o mundo simplesmente seguia o curso destas, sem nenhuma interferência divina. Nessa visão, o mundo seria como um relógio que o artista criou, deu-lhe corda e o abandonou à própria sorte. Por crerem nisto, as pessoas acreditam na “sorte”, no “acaso” ou no “destino”, como se o mundo e o destino de todos os homens estivesse nas mãos de alguma força impessoal e incompreensível.
O teísmo, ao contrário, afirma que Deus não só criou o universo como também o conserva dia após dia, controlando os fenômenos da natureza e se envolvendo de modo especial no mundo dos homens, com os quais mantém uma relação pessoal. Esta é a visão judaico-cristã de Deus, com inumeráveis variantes no tocante ao grau de envolvimento de Deus com suas criaturas.
O mundo não está nas mãos de uma força impessoal, mas está nas mãos de um Deus que trabalha. Não apenas que trabalhou na criação, mas que continua trabalhando no mundo.
As Escrituras ensinam que Deus é um Ser pessoal, que se envolve com tudo aquilo que criou até nos mínimos detalhes. Não é algo distante, impessoal, ausente, mas participante e operante. Deus é transcendente, mas também imanente. Na expressão do profeta Jeremias, é “Deus de perto... e também de longe” (23.23).
O ato criador de Deus terminou no sexto dia, mas os atos da Providência Divina prosseguem deste então, de forma que o mundo não está entregue à sua própria sorte.
Ele preserva o curso da natureza. É a ação de Deus que garante a existência das estações (Gn 8.22; Sl 104.14; 147.16-18; Mt 5.45; At 14.17).
4. Deus Controla o Universo.
Deus não só é o criador e conservador do universo, mas o controlador dele. Ele agora governa ativamente toda atividade no universo (Ef 1.11; Jó 37.3,4,6,10-13; Sl 135.7; 104.14; Mt 6.26,30).
Deus é a primeira causa e o Criador de todas as segundas causas. Deus arranjou segundas causas de modo que Ele cumprisse Sua vontade. As leis físicas são reais: elas prevalecem em todos os casos, salvo onde Deus as afasta nos Seus atos miraculosos. Levanta-se o vapor, a chuva cai e o vento assopra segundo certas leis; mas Deus ordenou essas leis e Ele agora sustenta todas as coisas segundo Sua natureza original e Sua intenção por elas, de maneira que Deus é realmente Quem causa o vapor subir, a chuva cair e o vento assoprar. Negar a existência da lei é tolice. Representar a lei como operando independente de Deus é infidelidade.
O controle de Deus não cessa com as forças impessoais do universo: ele estende-se a todas as ações dos homens e as compreende (Êx 12.36; Sl 33.14,15; Pv 19.21; 20.24; 21.1; Jr 10.23; Dn 4.35; Is 44.28; Êx 9.12; Sl 76.10; Pv 16.4; Jo 12.37,39,40; At 4.27,28).
O Senhor interfere nas circunstâncias da vida humana, para cumprir seu propósito (Sl 75.6,7; 1 Sm 2.7,8). Deus também intervém para cumprir com a Sua Palavra (Nm 26.65; Js 21.45; Lc 21.32,33; Jr 1.12).
Deus mantém seu controle sobre as nações e governos (Sl 33.10; 22.28; 66.7; Dn 4.25). Também trabalha para frustrar os desígnios dos ímpios (Êx 15.9-19; 2 Sm 17.14,15; Gn 45.5-7; 50.20; Fp 1.12) e até determina o período da vida humana (Sl 31.15; 39.5; At 17.26). Deus não somente mantém a estabilidade do universo, como também mantém a natureza em ordem (Sl 104.5-9).
O controle de Deus sobre os homens inclui seus atos maus bem como os bons. O controle de Deus dos atos maus humanos pode ser dividido em quatro espécies:
1. PREVENTIVO – Ele evita que alguns erros sejam cometidos (Gn 20.6; 31.24; Sl 139.3; 76.10).
2. PERMISSIVO – Ele permite que alguns pecados sejam cometidos (Sl 81.12,13; Os 4.17; At 14.16; Rm 1.24,28; 1 Sm 18.10; Jo 12.40; 2 Sm 24.1, cfe 1 Cr 21.1)
3. DIRETIVO – Ele dirige os atos maus para realizar seus propósitos (Gn 50.20; Is 10.5).
4. DETERMINATIVO – Ele marca os limites além dos quais o mal não pode ir e prescreve as linhas dos seus efeitos (Jó 1.12; 2.6; Sl 124.2; 1 Co 10.13; 2 Ts 2.7).
Conclusão
Deus relaciona-se diretamente com o universo que Ele mesmo criou, mas como Ser pessoal e infinito que é, não pode ser confundido com o universo finito e criado.
Podemos confiar que o universo não irá consumir-se ou ser tomado pelo caos, pois o Criador conserva e controla este nosso universo.
Leitura sugerida:
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. São Paulo: IBR, 2006.
Carlos Kleber Maia