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A Resp. Social do Crente



Doutrina: A Responsabilidade Social do Crente
Leitura: Mt 25.31-46.

Desde o AT, Deus tem demonstrado o seu cuidado com os pobre e necessitados:
1) 0 Senhor Deus é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (SI 14.6; Is 25.4), o socorro (SI 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1 Sm 2.8; SI 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. SI 10.14; 68.10; 132.15).
Deus abençoa os que ajudam os pobres (Sl 41.1)
Honramos a Deus quando cuidamos dos pobres (Pv 14.31)

2) Na lei mosaica, Deus revelou seu cuidado com os pobres (Dt 15.4).
a) Deus proibiu a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Ex 22.25; Lv 25.35,36). Exigiu a devolução do penhor, ou garantia pelo empréstimo (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol (Ex 22.26).
b) Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos (Dt 24.14,15).
c) Durante a colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados para os pobres (Lv 19.10;Dt 24.19-21); e os cantos das searas de trigo (Lv 19.9).
d) A cada sete anos, eram canceladas todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). O homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7 -11).
e) Deus proveu ainda o ano para a devolução de propriedades, o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinqüenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (Lv 25.8-55).
f) A justiça haveria de ser imparcial, para com pobres e ricos (Ex 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9).
Desta maneira, Deus impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (Dt 24.14).

3) Quando os ricos tiravam vantagens dos pobres, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra aqueles (Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5;Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).

O cuidado com os pobres no NT

Deus também ordena à igreja que cuide dos pobres, especialmente os crentes:

1) Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e necessitados. Jesus se importava com os oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas (Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).

2) Jesus quer que seu povo contribua generosamente com os necessitados (Mt 6.1-4). Ele próprio levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para os pobres (Jo 12.5,6; 13.29). Orientou aos que o queriam seguir a se importarem com os pobres (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-­14).
Para entrar no reino de Cristo, é preciso mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46; Mc 8.2).

3) O apóstolo Paulo e a igreja primitiva cuidavam dos necessitados. Paulo e Barnabé levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos sugeriram que lembrassem dos pobres (GI 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro "para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém" (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1 Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2 Co 8.9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2 Co 8.1-4; 9.2).
Paulo orienta que devemos trabalhar para atender a outros (Ef 4.28;Tt 3.14)

4) Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo (Gl 6.10). Jesus equiparou o cuidado com os irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40,45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Os diáconos foram eleitos para cuidar dos necessitados (At 6.1-6).
Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2 Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14).
É uma questão de prioridade e não de escolher entre um ou outro. A pergunta não é ou Cristão ou não-Cristão, mas Cristão primeiro e depois o não-Cristão. Devemos ajudar até nossos inimigos (Rm 12.20).
Aqueles que têm recursos para cuidar dos seus, não devem sobrecarregar a igreja (1 Tm 5.4,8)
A responsabilidade de ajudar os necessitados se estende primeiro à família própria, depois à família da fé e finalmente a todos ao nosso redor.

Os três pontos do sermão de John Wesley sobre O Uso do Dinheiro, baseado em Lucas 16.9, são: “Ganhe tudo o que puder, economize tudo o que puder para que, assim, você possa dar tudo o que puder.”

Tiago, em sua teologia prática, diz que a verdadeira religião é atender aos necessitados (Tg 1.27) e também que Deus escolheu os que são pobres, para a salvação (2.5). Orienta que de nada aproveita despedir vazio um irmão necessitado (2.15-17).

Somos chamados para termos compaixão (Dt 15.7-11; 1 Jo 3.17)
Paulo exorta os ricos a dar e repartir (1 Tm 6.18).
A Bíblia diz que não devemos negligenciar a ação social (Hb 13.16).
As ações de Cornélio foram registradas diante de Deus (At 10.4).
Jesus disse que “mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20.35; Lc 6:38).
Entre os dons do Espírito Santo está o de contribuir (com a obra de Deus e com os pobres) (Rm 12.8).
Quando contribuímos, demonstramos despojamento dos bens terrenos, como Zaqueu (Mt 6.19,20; Lc 19.8).

Aquele que contribui com os necessitados:
a) Será abençoado em sua pessoa (Sl 41.1).
b) Será abençoado em seu nome (Sl 112.5-6).
c) Será abençoado em sua prosperidade (Pv 11.25).
d) Será abençoado em sua posteridade (Sl 37.26).
e) Será abençoado com vida longa (Sl 41.1-2).
f) Será abençoado no porvir (Ap 14.13)

Obras sociais que todos podemos fazer:
Distribuição de cestas básicas.
Ajuda em serviços domésticos.
Ajuda em trabalhos escolares.
Tomar conta de crianças para que os pais possam fazer algo.
Visita a idosos, doentes, presos, etc.
Prestação de serviço profissional: cabeleireiro, manicura, pintor, advogado, médico, enfermeiro, etc.

Diretrizes básicas para a Responsabilidade Social:
a) Através da oração: identificar as necessidades da comunidade à sua volta, as carências, os desafios que Deus quer colocar diante de sua igreja.
b) Através da pesquisa das necessidades: Pesquisar a realidade do próprio bairro e levantar as necessidades da comunidade, identificar recursos já existentes e possibilidades de cooperação com trabalhos já existentes.
c) Através da sensibilização da própria igreja: esta pode se dar por meio de compartilhamentos, promoção ou participação em eventos e palestras que estejam relacionadas à missão social da Igreja.
d) Através da ação: começar com o pouco e prosseguir para um crescimento sólido, consistente. Todo projeto social precisa estar adequado ao quadro de recursos humanos e materiais disponíveis, neste caso, adequado às condições de sua igreja.

Obras Consultadas:
PATTERSON, Dorothy Kelley. A Bíblia da Mulher. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
Diversos sites na internet.

Carlos Kleber Maia