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Cristo-As Duas Naturezas



Doutrina: A Pessoa de Cristo (As duas naturezas)
Leitura: 1 Jo 4.1-15

A Humanidade de Cristo

Nasceu de uma virgem, sem um pai humano, mas pela ação do Espírito Santo (Mt 1.18, 24, 25; Lc 1.35, 3.23).
Deus cumpriu a promessa da semente da mulher (Gn 3.15), iniciando seu plano de salvação (Gl 4.4, 5).
O nascimento virginal possibilitou a perfeita união das duas naturezas: humana e divina.
O nascimento virginal torna possível a ausência da herança do pecado em Cristo, pois ele é santo (Lc 1.35)
O Seu nascimento lembra que nossa salvação é sobrenatural e de origem, iniciativa e vontade divinas.
Prova a singularidade de Jesus, destacado por Deus e inimitável.

Fraquezas e limitações

Jesus possuía corpo humano: (Lc 2.52;1 Jo 1.1). Cansou (Jo 4.6). Teve sede (Jo 19.28). Teve fome (Mt 4.2). Necessita de cuidados e ajuda (Mt 4.11, Lc 23.26). Corpo de carne e osso (Lc 24.39)

Tinha mente humana: Cresceu em sabedoria (Lc 2.52)

Tinha emoções: Esteve angustiado (Jo 12. 27). Triste (Mt 26.38). Admirou-se (Mt 8.10). Chorou (Jo 11.35). Foi tentado (Hb 4.15)

Os homens o consideravam humano: Em Nazaré (Mt 13.53-58). Seus irmãos (Jo 7.5)

Jesus apesar de verdadeiro homem, não pecou.
Testemunho de Cristo (Jo 8.29; 15.10)
Judas (Mt 27.4)
Pilatos (Jo 18.38)
Paulo (2 Co 5.21)
Escritor aos Hebreus (Hb 4.15)
Pedro (1 Pe 2.22)
A Esposa de Pilatos (Mt 27.19)
O Malfeitor da cruz (Lc 23.41)

Jesus venceu a tentação como homem, sozinho e com fome. Por isso, pode nos socorrer (Hb 4.15,16)

 

Jesus poderia ter pecado?
1.Cristo não pecou.
2.Suas tentações foram reais.
3.Jesus era homem e Deus
4.Deus não pode ser tentado pelo mal (Tg 1.13)
Jesus, em sua natureza humana isolada, podia pecar (teoricamente). Mas Jesus jamais teve sua natureza humana separada da divina. O pecado envolveria as duas naturezas. Mas se Deus não pode pecar, Jesus como Deus e homem, não pecaria.
Jesus venceu as tentações sem utilizar o poder divino. Por isso, suas tentações eram reais.

Por que Jesus tinha de ser plenamente humano?
1.Para possibilitar uma obediência representativa (Rm 5.18,19). Cristo é o “último Adão” (1 Co 15.45) e o “segundo homem” (1 Co 15.47).
2.Para ser um sacrifício substitutivo (Hb 2.16,17). Jesus tinha de se tornar homem para morrer por nós, em nosso lugar.
3.Para ser o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5), Jesus tinha que ser totalmente Deus e totalmente homem.
4.Para cumprir o propósito original do homem de dominar a criação (Hb 2.8,9).
5.Para ser nosso exemplo e padrão na vida (1 Jo 2.6; 1 Pe 2.21)
6.Para ser o padrão de nosso corpo redimido (1 Co 15.49)
7.Para compadecer-se como sumo-sacerdote (Hb 2.18)
Jesus será homem para sempre, mesmo após a ressurreição (Jo 20.25-27). Com carne e ossos (Lc 24.39).

A Divindade de Cristo

A Bíblia usa “Theós” em relação a Cristo (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.8; 2 Pe 1.1)
A Bíblia usa “Kyriós” em relação a Cristo. Esta palavra é utilizada 6.814 vezes na Septuaginta como tradução de “Javé” (Lc 2.11; 1.43; Mt 3.3; 22.44; 1 Co 8.6; Hb 1.10-12; Ap 19.16).
Outras declarações: (Jo 8.58,59; Ap 22.13; Mt 26.64-66 comp. Dn 7.13,14).

Atributos da divindade:
Onipotência (Mt 8.26,27; 14.19; Jo 2.1-11 – mostrou seu poder)
Eternidade (Jo 8.58; Ap 22.13)
Onisciência (Mc 2.8; Jo 1.48; 6.64; 2.25; 16.30; 21.17)
Onipresença, pós-ressuscitado (Mt 18.20; 28.20)
Pode perdoar pecados (Mc 2.5-7)
Fala como Deus (Mt 5.22, 28, 32, 34, 39, 44).
É digno de culto (Mt 14.33; Fp 2.9-11; Hb 1.6; Ap 5.12,13)

Cristo “esvaziou-se” (kenosis), não deixando alguns atributos divinos ou poderes, mas assumindo a forma de servo (Fp 2.7). Jesus deixou sua condição e privilégio que tinha no céu e colocou-se temporariamente numa posição subordinada ao Pai (Jo 5.19).

Cristo é plenamente Deus (Cl 1.19; 2.9). Ele é o Emanuel – Deus conosco (Mt 1.23).

Por que Jesus tinha de ser plenamente Deus?
1.Somente um Deus infinito poderia arcar com a pena de todos os pecados.
2.A salvação vem de Deus e somente Ele poderia salvar o homem.
3.Somente alguém que fosse plenamente Deus (e plenamente homem) poderia ser o único mediador entre Deus e os homens, tanto para nos levar de volta a Deus, como para revelá-lo a nós (Jo 14.9).


Ele subsistiu em forma de Deus e era igual a Deus; no entanto, tomou a forma de servo e foi feito à semelhança de homens. Jesus nasceu e morreu como os homens, mas era o "Ancião de Dias", que disse: "Antes que Abraão existisse, eu sou". Jesus disse: "Tenho sede"; mas, também: "Eu sou a água da vida." Jesus disse: "Dá-me de beber"; todavia, na mesma ocasião: "Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre". Ele foi açoitado; mas os seus açoites nos curaram. Ele disse: "Nada posso fazer de mim mesmo"; no entanto, sem Ele, nada do que foi feito se fez. Outro teve de carregar a sua cruz; mas "sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hb 1 :3). Ele cresceu em sabedoria e estatura (Lc 2:52); mas é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele foi sentenciado à morte por um governador romano; mas era o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores. Ele disse: "Minha alma está angustiada"; porém, era o "Príncipe da Paz". Ele clamou na cruz: "Por que me abandonaste?"; todavia, prometeu a seus seguidores: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei."

Heresias acerca das duas naturezas:
Docetismo: negava a realidade da humanidade de Cristo; seus sofrimentos e morte foram aparentes.
Ebionismo: ensinava que Jesus era mero homem, adotado por Deus (também chamado adocionismo).
Arianismo: ensinava que Jesus era uma criatura perfeita do Pai, mas não igual a Ele.
Apolinarismo: Cristo era Deus, mas sua parte humana não tinha espírito, que foi substituído pelo Logos divino.
Monarquianismo: dinâmico ou modalista, ensinava que existe somente um Deus, que se manifesta de modos diferentes
Nestorianismo: ensinava que Deus habitava em Jesus, as duas naturezas unidas por um elo moral.
Eutiquianismo: A natureza de Cristo era uma só, combinando o divino e o humano.

Obras consultadas:
DUFFIELD, Guy P., VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. São Paulo: Quadrangular, 2000.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo, Vida Nova: 1999 1ª edição.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2005 9ª edição.

Carlos Kleber Maia