O Arrebatamento da Igreja
Texto-Base: Mt 24.27
A profecia cujo cumprimento é o mais aguardado pela igreja é a que afirma a volta do Senhor Jesus à terra, para buscar o seu povo e implantar o seu reino. Podemos ter certeza absoluta a respeito deste acontecimento, pois foi o próprio Cristo que fez a promessa (Mt 26.64; Jo 14.3). O escritor da Epístola aos Hebreus afirma que é tão certa quanto a morte (Hb 9.27,28). Ela foi predita pelos profetas (Jd 14; Is 40.10), pelo próprio Cristo (Mt 25.31), pelos apóstolos (At 3.20; 1Tm 6.14) e pelos anjos (At 1.10,11).
A vinda de Cristo é um dos temas mais freqüentes do Novo Testamento, porque se constitui na maior esperança que a igreja possui. A profecia sobre a sua vinda é a primeira feita pelo homem (Jd 14,15) e a última palavra da Bíblia (Ap 22.20,21). As profecias bíblicas essencialmente falam sobre Cristo, pois “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap 19.10).
A palavra arrebatamento vem do grego “harpazo” e o equivalente no latim é “raptus”, e tem seu significado literal em: “ser retirado com força, ser removido ou raptado”. É ação de Deus em determinado período da história, visando retirar de sobre a face da terra todos os nascidos de novo.
São três as principais interpretações do arrebatamento:
1) Pré-tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação, ou seja, a Igreja fiel será poupada dos sofrimentos na terra; e os demais, crentes infiéis, serão deixados para trás e serão os mártires na Grande Tribulação.
2) Meso-tribulacionistas ou Midi-Tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá no meio da Grande Tribulação, ou seja, depois dos três anos e meio do aparecimento do anticristo e a Igreja sofrerá parte da Grande Tribulação;
3) Pós-tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá no final da Grande Tribulação, ou seja, os crentes passarão pelo sofrimento e perseguição do anticristo, a exemplo dos crentes da primeira geração, e serão arrebatados no final quando o Senhor descer dos céus.
Muitas são as afirmações das Escrituras Sagradas, a respeito deste assunto, e conhecê-las enche o nosso coração de alegria e a nossa alma de fé:
a) Jesus virá pessoalmente.
Jesus não enviará um mensageiro, ou uma comitiva para buscar a sua igreja; ele virá pessoalmente (Jo 14.3; At 1.10-11; 1 Ts 4.16; Ap 1.7; 22.7), de forma literal (At 1.10-11; 1 Ts 4.16,17; Zc 14.4). Trata-se do noivo vindo buscar a sua noiva, e esta tarefa ele mesmo realizará.
b) Será algo grandioso.
Sua vinda será entre nuvens (Mt 24.30; Mt 26.64; Ap 1.7), em glória (Mt 16.27; Mt 25.31), com poder (Mt 24.30), da forma como subiu (At 1.9,11) e acompanhada por anjos (Mt 16.27; Mt 25.31; Mc 8.38; 2Ts 1.7). Será o maior evento da história moderna. Os céus estarão em grande expectativa para a realização das bodas do Cordeiro e este é o evento que marca o início do calendário escatológico. De fato, será algo extraordinário! A palavra grega para a vinda de Cristo é “parousia”, que era utilizada para falar da chegada de um rei a uma cidade!
c) Não sabemos quando será.
Não podemos afirmar o dia, nem a hora, que ele virá, pois não sabemos quando se dará (Mt 25.13) Sabemos, porém, que a sua vinda será inesperada (1Ts 5.2; Mt 24.44; Lc 12.40; 1Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 16.15), súbita (Mc 13.36) e acontecerá de forma muito rápida (Mt 24.27;1 Co 15.52). Se os homens soubessem quando será este acontecimento, estariam preparados apenas na data aprazada. Como ninguém sabe, precisamos estar alertas a cada momento. Duas figuras são apresentadas por Paulo para falar do momento inesperado da vinda de Jesus: um ladrão de noite e uma mulher grávida que está para dar a luz (1Ts 5.2-3).
d) Os sinais nos mostram que se aproxima.
A Bíblia nos mostra muitos sinais que precederão a vinda de Cristo. São sinais que dizem respeito à criação, outros à história, ou à igreja e a Israel. Eis alguns sinais:
• Restauração da nação de Israel. (Lc 21.29-33).
• Sinais na natureza, tais como terremotos, pestes, guerras e fome (Mt 24.7) e sinais no céu (Mt 24.29-30; Mc 13.24-26; Lc 21.25,27).
• Sinais no aspecto religioso: falsos profetas realizando sinais e maravilhas (Mt 24.23-24; Mc 13.22), apostasia e a busca por doutrina de demônios (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3-4; 2 Pe 2.1-3), tempos difíceis (2 Tm 3.1-5; Tg 5.1-8).
e) Como será a sua vinda?
A Segunda vinda de Cristo se dará em duas fases: a primeira fase da segunda vinda do Senhor é o arrebatamento da igreja.
Ele virá de forma invisível, para a igreja.
Neste momento, os mortos serão ressuscitados (1Ts 4.16; 1Co 15.23; Jo 5.28-29) e os crentes vivos arrebatados (1Ts 4.17; 1Co 15.51-53).
Jesus virá para os seus santos (Jo 14.2,3); enquanto que, na sua vinda, Cristo virá com os seus santos, que foram levados para a glória no arrebatamento (Jd 14; Zc 14.5). No arrebatamento o foco será a igreja (1Ts 1.10), a qual ele encontrará nos ares (1Ts 4.15-18); e na segunda fase o foco será Israel, que ele livrará na terra, descendo sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-5). Neste momento, Ele julgará Israel e as demais nações, Satanás e o Anticristo e estabelecerá seu reino milenar, em Jerusalém (Is 2.2,3).
g) O que devemos fazer?
Os filhos de Deus viver de acordo com esta a realidade da sua vinda (Rm 13.12; Fp 4.5; 1Pe 4.7), e estar preparados para este momento (Mt 24.44,46; Lc 12.37,39,40), aguardando, a qualquer momento, o toque da trombeta, que anunciará a nossa despedida deste mundo. Mesmo diante das dificuldades e tribulações que enfrentamos nesta vida e das muitas perseguições que a igreja sofre, a nossa atitude deve ser de amor por sua vinda (2Tm 4.8) e espera com paciência (Fp 3.20; Tt 2.13; 1Co 1.7,8; 1Ts 1.10; Tg 5.7,8). A Bíblia até nos adverte que devemos orar para que seja apressada (Ap 22.20; 2Pe 3.12).
Não há mais tempo para a igreja estar distraída com coisas terrenas, mas devemos atentar para as palavras de Jesus: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28). Se permanecermos fiéis, ele nos guardará até aquele dia (Fp 1.6; 2Tm 4.18; 1Pe 1.5; Jd 24).
Márcio Klauber Maia
Obras consultadas:
HORTON, Stanley. Nosso Destino. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
MACARTHUR, John Jr. A Segunda Vinda. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.