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O Cristão e a Tentação

 

Doutrina: O Cristão e a Tentação
Leitura: Lc 4.1-14

Tentação é um assunto que muitos não gostam de abordar, mas é extremamente necessário nestes dias, pois cada vez mais o inimigo tenta desviar os crentes da comunhão com o Senhor. Não adianta inventar desculpas para não estudá-lo. Tentações são momentos de guerra e não de desculpas.

Tentação pode ser definida por “disposição de ânimo para a prática de coisas diferentes ou censuráveis” (dic. Aurélio). Tentar é instigar para o mal, para o pecado.

Toda tentação vem de duas fontes: diabólica ou humana; nunca divina (Tg 1.13,14). Quando a Bíblia fala de tentação divina, devemos entender como provação de fé.

Somos tentados em nossas fraquezas

O inimigo conhece as fraquezas humanas e procura atingir exatamente nestes pontos. Entretanto, o diabo não pode nos obrigar a fazer qualquer coisa. Ele tenta nos atrair com uma tentação feita sob medida para nós – uma isca. Ele não pode nos fazer mordê-la, mas conhece nossa natureza carnal. Assim como o pescador estuda o peixe para usar a isca certa, o inimigo também nos tentará de acordo com nossos próprios desejos. Nossa consciência nos avisa do perigo, mas brincamos com a isca. Ou resistimos ou engolimos a isca. Quem morde sente o anzol fisgar.

Jesus foi tentado num momento de alto nível espiritual e alta debilidade física: 40 dias de jejum. E estava só. Nestes momentos, somos mais tentados. Após um momento de auge espiritual, tendemos a “baixar a guarda”. Quando estamos debilitados, o inimigo sempre tentará no ponto fraco. Quando estamos sós, somos mais tentados ainda, pois ninguém está vendo, mas Deus tudo vê.

Cristo enfrentou estas tentações para nos ajudar a vencê-las (Hb 2.18; 4.15). Algumas tribulações Cristo sofreu por nós para pagar o preço que não poderíamos pagar; outras, ele sofreu por nós para nos dar o exemplo de resistência (1 Pe 2.21). Também os santos do passado são o exemplo para nós (Tg 5.10).

Algumas tentações que Cristo venceu:

1. Faça você mesmo. Proveja suas necessidades sem ajuda de Deus.

2. Faça do modo mais fácil e não do modo de Deus (vv.5-8)

3. Atraia a atenção e a glória para si.

O inimigo também tentou Jesus usando Pedro (Mc 8.33), os Fariseus (Jo 8.40) e no Getsêmane (Lc 22.42,53). O inimigo queria distrair o Senhor de sua missão e destruir sua relação com o Pai. O diabo o deixou (v13) “até momento oportuno”. O diabo está sempre rodeando (1 Pe 5.8).

Toda tentação é um engano, como a isca para o peixe. O inimigo tenta tirar-nos a confiança em Deus e em Sua Palavra, provocando dúvidas: “Se és…”

Devemos resistir à tentação, mantendo firme a nossa fé na Palavra de Deus (1 Pe 5.9) e o inimigo fugirá (Tg 4.7).

Armas para vencer a tentação:

a) A Palavra de Deus (Ap 12.11). O importante não é quanto sabemos da Bíblia, mas quanto dela aplicamos em nós. Jesus viveu a palavra. A verdade está nela. Jesus estava dizendo: Eu confiarei em Deus e sua Palavra. Não tomarei esta solução em minhas mãos.

b) A oração e a vigilância (Mt 26.41; Lc 22.40). Não somente orar, mas também vigiar. A oração fortalece nosso espírito e enfraquece a carne.

c) A confiança na fidelidade de Deus (1 Co 10.13)

Recomendações para resistir à tentação:

1. Não brincar com o pecado, nem expor-se a ele, como fez Sansão (Jz 6.6-21), mas fugir dele.

2. Devemos fugir: do amor ao dinheiro (1 Tm 6.10-11), de homens pervertidos (2 Tm 3.5), da idolatria (1 Co 10.14), da prostituição (1 Co 6.18). É melhor um crente “frouxo”, que foge, como José, do que um que encara, como Sansão.

3. Não alimentar a carne, ou seja, não ler revistas ou livros reprováveis, não assistir a programas de Tv que sejam imorais, não conversar com pessoas depravadas, etc (Rm 8.5-9).

4. Evitar ficar sozinho em situações de tentação em potencial. Davi estava só e não resistiu à tentação de Batseba (1 Sm 11).

Verdades acerca de tentações:

1. Uma vez só é um problema. A meta do crente deve ser viver sem pecar (1 Jo 2.1; Sl 4.4; 1 Co 15.34; Ef 4.26)

2. Se você errou, ainda tem jeito. Se confessarmos os pecados, Jesus nos perdoa (1 Jo 1.9)

3. Tentação é não pecado. O inimigo, mesmo quando resistimos à tentação, tenta nos deixar abatidos porque chegamos a pensar em pecar, mas devemos alegrar-nos quando resistimos à tentação (Tg 1.12).

4. Não existe tentação irresistível (1 Co 10.13). Não podemos desculpar-nos dizendo que não era possível resistir.

Quando perguntaram a Martin Lutero como ele superou o diabo, ele respondeu: “Bem, quando ele vem batendo à a porta de meu coração, e pergunta ‘Quem vive aqui?’ o querido Senhor Jesus vai a porta e diz, “Lutero costumava viver aqui, mas ele saiu; Agora eu vivo aqui”. Quando Cristo enche nossas vidas, Satanás tem entrada proibida.

Obras consultadas:

EXLEY, Richard. Os Sete Estágios da Tentação. São Paulo: Vida, 1999.



Carlos Kleber Maia